IV
A coruja espera
no silêncio do espanto
a noite chegar.
VII
O século gira
pela encosta da montanha
nas ondas do vento.
XI
Se deténs a noite
no arcabouço das estrelas
libertas o dia.
XXX
Densa escuridão.
Bússolas de vaga-lumes
mostram os caminhos.
XXXI
O fio do tempo
tece a noite devagar
e assim anoitece.
LIII
Sobre o corpo rosas.
De espinhos adornou a cama.
Partiram as almas.
LX
Folheia-se o livro
sozinho nas entrelinhas
decifrando vidas.
LXIV
Se pedras dormentes
sonham com a permanência,
que dirão as pétalas?
LXX
Solfejam ruídos
na consumição do tempo
inventando luas.
LXXV
Solidão do tempo.
As mãos tateiam as trevas
construindo luas.
Telma de Figueiredo Brilhante
[extraídos do livro Sendas do Oriente - Haicais]
Professora, Orientadora de Pós-Graduação e Escritora. Membro da União Brasileira de Escritores/UBE-PE, da Academia de Letras e Artes do Nordeste/ALANE, do Grupo Literário Celina de Holanda e da Sociedade dos Poetas Vivos de Olinda/SPVO.