sexta-feira, 30 de abril de 2010
Poeminha
Se queres
Te aproximar de mim
Primeiro
Procura me entender
Mas não
Me queiras mal
Se eu
Não me deixar entender
Pra me entenderes
Precisas entrar no meu EU
E se nem mesmo
Eu me entendo
Vai ter que haver
Muito boa vontade
Da tua parte
Se realmente quiseres
Te aproximar de mim
Também não sei
Se quero que se aproximem
Do meu EU
Talvez tenha medo
Que me descubram
Que me avessem
Que me desnudem
Acho melhor que desistas
Antes de tentar
Pois gostaria de ser
O que vives a imaginar
15-05-1980
Necy dos Anjos
Psicopedagoga e Professora, nascida em Recife-PE, em 1945.
sábado, 3 de abril de 2010
O desejo de sangue
Depois de um breve descanso,
já refeita da peleja em que feriu e matou,
a besta acordou,
pronta para uma nova jornada de ódio, cobiça e ranço.
Olhos injetados,
Hálito sepulcral,
Couro rachado,
Voz infernal.
Hálito sepulcral,
Couro rachado,
Voz infernal.
Queria espalhar dores e sofrimentos.
[queria] empestar o mundo com tristezas e tormentos.
[queria] sufocar a paz, estimular atritos.
[queria] semear a intriga, colher gritos.
[queria] empestar o mundo com tristezas e tormentos.
[queria] sufocar a paz, estimular atritos.
[queria] semear a intriga, colher gritos.
Queria ouvir o lamento dos exilados.
[queria ouvir] o arfar dos mutilados.
[queria ouvir] o pranto dos vencidos.
[queria ouvir] o suspiro dos foragidos.
[queria ouvir] o arfar dos mutilados.
[queria ouvir] o pranto dos vencidos.
[queria ouvir] o suspiro dos foragidos.
Queria esmagar a felicidade.
[queria] festejar a maldade.
[queria] regar a terra com o sangue fresco das crianças.
[queria] salpicar o vento com o cheiro acre das matanças.
[queria] festejar a maldade.
[queria] regar a terra com o sangue fresco das crianças.
[queria] salpicar o vento com o cheiro acre das matanças.
Ao léu escolheu um alvo no qual pudesse despejar sua sanha.
Um lugar no qual pudesse agir impune, sem manha.
Um povo no qual pudesse seu ódio cravar.
Um momento no qual pudesse ferir, massacrar, matar.
Um lugar no qual pudesse agir impune, sem manha.
Um povo no qual pudesse seu ódio cravar.
Um momento no qual pudesse ferir, massacrar, matar.
Alexandre Santos
[extraído do livro G'Dausbbah]
Pres. da União Brasileira de Escritores/UBE-PE; pres. do Clube de Engenharia; membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste/ALANE.
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