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Textos selecionados dentre os autores mais interessantes do Sistema

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

El Amor duerme en el pecho del Poeta



Tú nunca entenderás lo que te quiero
porque duermes en mí y estás dormido.
Yo te oculto llorando, perseguido
por una voz de penetrante acero.

Norma que agita igual carne y lucero
traspasa ya mi pecho dolorido
y las turbias palavras han mordido
las alas de tu espíritu severo.

Grupo de gente salta en los jardines
esperando tu cuerpo y mi agonia
en caballos de luz y verdes crines.

Pero sigue durmiendo, vida mía.
Oye mi sangre rota en los violines!
Mira que nos acechan todavía!

Federico García Lorca [1898-1936]
Extraído do livro "Sonetos del Amor Oscuro", 1936.
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O Amor dorme no peito do Poeta

Tu nunca entenderás quanto te quero
porque vives em mim, adormecido.
Por vozes de aço agudo perseguido,
dentro de mim, em pranto, eu te encarcero.

Norma que agita igual carne e luzeiro
traspassa já meu peito dolorido
e as túrbidas palavras têm mordido
as asas de teu ânimo severo.

Nos jardins gente aguarda entre boninas
teu corpo e minha angústia, a toda brida
em cavalos de luz e verdes crinas.

Continua a dormir, tu, minha vida.
Ouve meu sangue roto em notas finas!
Olha que nos espreitam sem medida!


Tradução: Afonso Félix de Sousa

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