S I S T E M A P O É T I C O

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Textos selecionados dentre os autores mais interessantes do Sistema

quarta-feira, 20 de março de 2013

[desvirtual provisório]


Poemas de Wellington de Melo


[A proto-M@quina]


[DOR]

antes do tempo
essa dor
que me rasga o estômago
que me acompanha
latente

a dor
de existir
insistente

a dor
de não
querer
a dor
mínima dor
de ser outro
de servir
apenas
a dor
que me querem
dor

essa dor:
mínima dor
da lucidez


[BOA VONTADE]

não alimenta
a paz
minha pena

é no caos
que borbulha
o líquido essencial
ferida aberta
açoite
que me faz
letra.



[A M@quina]


[LEVIATÃ]

"Bellum omnia omnes."

penso-te, M@quina,
Leviatã de meu tempo,
amada opressora,
esmagando naus cibernéticas
que persistem no sonho.

porque nos destruímos
te queremos.
& seguimos,
nave à deriva,
sob teu olhar
cinzento.

porque j@ não somos
te despertamos,
& desperta
nos enganas:
teu signo não é outro
senão o Caos.


Do livro [desvirtual provisório], Wellington de Melo, 2008.

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