Depois que a dor, depois que a desventura
Caiu sobre o meu peito angustiado,
Sempre te vi, solícita ao meu lado,
Cheia de amor e cheia de ternura.
É que em teu coração ainda perdura,
Entre doces lembranças conservado,
Aquele afeto simples e sagrado
De nossa infância, ó meiga criatura.
Por isso aqui minh'alma te abençoa:
Tu foste a voz compadecida e boa
Que no meu desalento me susteve.
Por isso eu te amo, e, na miséria minha,
Suplico aos céus que a mão de Deus te leve
E te faça feliz, minha irmãzinha...
1913
Manuel Bandeira
Esse poema é simplesmente lindo!!!
ResponderExcluirE belíssima a imagem da garotinha, perfeita para o poema.